sábado, 24 de julho de 2010

O Mago está de volta

Aleph é a primeira letra de diversos sistemas de escrita e normalmente simboliza o início de algo. É ainda o título de uma das principais obras do escritor argentino Jorge Luis Borges, provavelmente o ponto mais alto de sua narrativa ficcional. E, a partir de hoje, quando chegar às livrarias brasileiras, O Aleph surge também como o mais recente livro de Paulo Coelho, que marca sua estreia em nova editora, a Sextante.
Na verdade, marca também sua volta à não ficção ao relatar, em primeira pessoa, a sucessão de dúvidas sobre sua fé que o atormentou em 2006. Não foi algo passageiro ou fugaz - Coelho mostra que, para se reaproximar de Deus, era preciso reavivar experiências, como viajar e buscar novas formas de conexão com as pessoas. Assim, comungando com a observação de Borges ("O que a eternidade é para o tempo, o Aleph é para o espaço"), o escritor empreendeu, entre março e julho daquele ano, uma grande peregrinação pela Europa, Ásia e África a fim de decifrar os mistérios que incomodavam seu íntimo.
A motivação veio de J., seu mestre espiritual: "Está na hora de sair daqui, reconquistar seu reino". "A fé não é algo estático, mas uma dinâmica constante", diz Coelho em uma entrevista divulgada pela Sextante - o escritor ainda não conversou com a imprensa por estar em mais uma peregrinação por Santiago de Compostela. "Portanto, eu não chamaria isso de crise, mas de um comportamento normal, com altos e baixos. Uma fé que se cristaliza perde seu sentido e se transforma em fanatismo. A fé cresce quando é alimentada pela dúvida e pelos questionamentos interiores."

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